Estrelas cadentes e luzes de santelmo Pressentem em sua efêmera existência Que a Espécie Humana é uma e a mesma, De matéria idêntica à fênix e o fogo-fátuo. A esperança de Prometeu aos homens, —A mínima chama que o poupa da insânia, Em seu martírio milenar, ápice do Cáucaso— Foi a humanidade fazer jus à … Continue lendo Prometeu Ainda Acorrentado
meditativo
Jardim Disperso
Jade líquida, berço das carpas, Em ti se prende o meu reflexo, Em ti me cega a tua ausência. As rochas se elevam, porosas, Eu partilho sua uníssona mudez Ouvindo o que se chama existência. Gaivotas voam, cigarras cantam, Explode a flor, nervura em folhas, Sinto pelo aroma que já choveu. O bambu se dobra … Continue lendo Jardim Disperso
Haicais 1 (Seda & Vazio)
suave queda acumulando nos galhos; flocos de neve **** de seda e vazio é sua trama perfeita— a teia d’aranha **** vespertina vênus— um desejo feito juntos, em silêncio **** dente-de-leão ao vento metade ausente **** ar primaveril, a mente da magnólia em branco **** flor incógnita, teu nome é o perfume ao vento
A Sombra Recôndita
Certa vez um monge retirou-se do mundo assombrado, seguindo os passos de Bodhidharma, para uma caverna habitar. De costas para a entrada, tudo o que via era rocha e musgo e a própria sombra. Permaneceu assim em contemplação por noites e dias, tantos que seu número foi-se tornando irrelevante. De dia, olhava sua projeção na … Continue lendo A Sombra Recôndita
Do Profundo
Cristalinas se manifestam, As águas que chamam o deserto: Onde meu corpo era leveza, Em uníssono com o universo. O tempo nasce no passado, Um longínquo refratado... Suas águas ainda ondulam, Onda e vento andam juntos, O eu atmosférico afunda, E vai muito além das nuvens. A vida se avista ao longe, Sua orla chama … Continue lendo Do Profundo