Eu Sou a Lua das Alturas eu que aqui na terra danço pra ti, longe-pálida, fantasma sorri minguante aqui agora pequena cor de prata, bela alma caia logo sobre mim agora do teu reino ao meu na terra acabe logo com essa dor seja o fim da minha dança mas não: não paro: não agora … Continue lendo Eu Sou a Lua das Alturas
poesia
Paz Noturna
Tombam os ciclos de Saturno, Desce a inquieta paz noturna: Os cães d’agonia silenciam, Voltam os demônios aos covis, E os fantasmas, à cova… O mundo todo adormeceu, Menos eu, rondando sombras, Saturnino, em meus anéis, Assassino, rumo à forca, Rumo ao lar sob os pés. Aqui anelo a própria noite E corpo e alma … Continue lendo Paz Noturna
A Sombra Recôndita
Certa vez um monge retirou-se do mundo assombrado, seguindo os passos de Bodhidharma, para uma caverna habitar. De costas para a entrada, tudo o que via era rocha e musgo e a própria sombra. Permaneceu assim em contemplação por noites e dias, tantos que seu número foi-se tornando irrelevante. De dia, olhava sua projeção na … Continue lendo A Sombra Recôndita
Quimeras (I)
eu voo e eu rastejo, persigo todo ensejo da quimera que logo sou, vou sendo, florescendo: chão e escuridão, o breu, o des- ca- minho que sou eu
Verboalquimia
A Salamandra é da matéria do sonho: Corte-lhe o rabo, ele cresce de novo, Jogue-a na caldeira, ela sobrevive ao fogo. Ele renascido é impulso, ela no fogo é poesia E ambos são para a maior glória da Obra Que doura a língua e fosforesce a alma. No alambique da mente, verbal ourivesaria, Versos pitagóricos, … Continue lendo Verboalquimia
Do Profundo
Cristalinas se manifestam, As águas que chamam o deserto: Onde meu corpo era leveza, Em uníssono com o universo. O tempo nasce no passado, Um longínquo refratado... Suas águas ainda ondulam, Onda e vento andam juntos, O eu atmosférico afunda, E vai muito além das nuvens. A vida se avista ao longe, Sua orla chama … Continue lendo Do Profundo